A revolta laranja e sua conquista histórica

Geral, Notícias

 Por Gizele Martins

Foto por Adriano Rodrigues
Foto por Adriano Rodrigues

Foram oito dias de greve, oito dias históricos resistindo às burocracias estatais e ao peleguismo sindical. A mídia tentou dar o seu velho golpe mentindo sobre tudo o que acontecia na greve, e o Estado criminalizava cada ação. Nos oito dias de manifestações, os (as) garis fecharam avenidas do Centro do Rio de Janeiro e fizeram assembleias em meio a praças públicas, dando um banho de organização, de resistência e de fé.

 Não eram só 300 como as mídias e o prefeito Eduardo Paes insistiam em afirmar; eram mais de 3 mil nas ruas. É certo que muitos outros não estavam nas ruas lutando por seus direitos também porque foram obrigados pelos governantes a voltar aos seus trabalhos escoltados por policiais militares e por seguranças privados contratados pela Prefeitura do Rio.

 O que demonstra mais uma vez a falsa democracia desse país, pois nem o direito à liberdade de expressão, de protestar, de colocar o seu grito de revolta para fora os cidadãos têm. Ficou mais uma vez provado que cobrar qualquer direito é considerado um crime, ainda mais quando se trata de pobre, negro e favelado. “Sou manifestante, tenho direito de estar na rua. Nós não somos marginais como o Prefeito vem falando na televisão. Se um for demitido, seremos todos demitidos. Não durmo direito há uma semana, mas estou de pé e vou até o fim porque eu não quero que meus filhos passem fome. Moro na favela, minha família está toda lá torcendo e esperando uma boa resposta”, disse um dos garis.

Foto por Luiz Baltar
Foto por Luiz Baltar

 No sábado, dia 08 de março, depois de mais de três horas de negociação, eles conseguiram o que tanto lutaram para ter. Emocionados fecharam mais uma vez a rua em frente à Justiça do Trabalho. A primeira proposta não foi aceita – a Prefeitura ofereceu R$1.050 -, mas eles voltaram e disseram que queriam fechar em R$ 1.100 e 20 reais de tíquete-refeição, além de adicional de insalubridade. Depois dessa conquista, a comemoração foi completa. Ou seja, a força, a organização e a resistência do povo conseguem derrubar, sim, as mentiras das mídias mais poderosas do país e os próprios governantes que, na maioria das vezes, não reconhecem qualquer reivindicação do povo.

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