Ainda Não Pensei: O novo Jornal Comunitário de Niterói

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O comunitário é fruto do curso sobre Educomunicação realizado no Morro do Preventório

Foto: Reprodução
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Por Rafael Lopes

Colaboração: Gizele Martins

Com o objetivo de mostrar o dia a dia da favela, um grupo de dezesseis simpáticas meninas lançou no primeiro semestre deste ano, o ‘Ainda Não Pensei’. O jornal comunitário do Morro do Preventório, localizado na Zona Sul de Niterói. O impresso é fruto da oficina de educomunicação do Grupo Paiol Cultural, que aconteceu no final do ano passado.

“Muitas pessoas aqui não pensam sobre saneamento. Têm outras coisas que precisam melhorar. Existe gente que não liga para isso. A gente quer o melhor para comunidade. O nome do jornal é para isso, para que todos pensem os problemas”, comentou Pamela Sebastião sobre os bastidores da produção do jornal e o que ela acredita poder fazer : mudar o pensamento de todos os moradores do Preventório.

Uma das coordenadoras do projeto, a jornalista Jéssica Santos conta que a ideia surgiu a partir do projeto de leitura crítica, realizado pelo Sesc Niterói, em parceria com o Paiol Cultural e o Banco Comunitário do Preventório, em novembro do ano passado. Segundo ela, com a turma já formada, foi mais fácil colocar a ideia em prática. “Trabalhamos sempre pautados no desenvolvimento da consciência crítica e a autonomia dos sujeitos envolvidos nos projetos. Na Grota (favela vizinha) também já existe jornal. Queremos, com o tempo, colocar em atividade outros meios de comunicação, como o rádio, por exemplo”, disse Jessica.

Durante o evento, a roda de palestra debateu a importância da comunicação comunitária como construção da identidade favelada. Um dos convidados para o bate papo foi, Pedro Martins, representante nacional da Associação Mundial das Rádios Comunitárias (Amarc), apontou a força do rádio como instrumento de comunicação capaz de produzir o efeito de organizar rapidamente as pessoas.

“A rádio tem papel muito importante, não é à toa que os poderosos, no Brasil, querem uma lei que restrinja nosso direito de fazer rádio, de fazer tevê. Acontecendo alguma coisa, você consegue se comunicar na hora. Durante as tragédias das chuvas da região serrana, o veículo mais importante foi a rádio comunitária de Friburgo. Ela foi fundamental para salvar vidas, funcionado 24 horas”, explica Pedro.

A coordenadora do jornal “O Cidadão”, do Conjunto de Favelas da Maré, Gizele Martins, falou sobre os desafios e alegrias de se fazer o jornal. “A força da comunicação comunitária está exatamente nisso, criar laços. Fazer com que pautemos aquilo que agrava o dia a dia da favela. De fazer com que, por exemplo, a gente se sinta orgulhoso de morar em uma favela. É também valorizar a nossa cultura popular. É trocar ainda experiências com quem faz outros meios de comunicação”, finalizou.

Comentários

One thought on “Ainda Não Pensei: O novo Jornal Comunitário de Niterói

  • Olá,

    Sou estudante de comunicação e estou fazendo um trabalho sobre mídias comunitárias no Rio de Janeiro. Gostaria de saber se posso conhecer o trabalho de vcs !
    Obrigada,
    Juliana

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