Não precisa se esconder: acne tem tratamento!

Saúde

As famosas espinhas incomodam muito os adolescentes, mas são fáceis de prevenir e tratar

Por Carolina Vaz e Valdirene Militão

Muita gente não leva a sério, mas as acnes (comumente chamadas de espinhas) podem causar grandes problemas. Além de desenvolver doenças mais graves, afeta muito a autoestima das pessoas, principalmente adolescentes. Foi o caso de João Pedro Nascimento, de 16 anos, morador de Olaria, que só foi buscar tratamento quando as espinhas pioraram. Ele sentia vergonha e até evitava aparecer em público: “Eu tinha receio em sair com amigos, familiares, fazer coisas que gostava de fazer”. Mas esse é um sofrimento desnecessário, porque é muito simples procurar tratamento.

Segundo a dermatologista Thathyanna Medeiros, do Centro Municipal de Saúde Américo Veloso, no Piscinão de Ramos, a acne é uma doença inflamatória na pele. Acontece principalmente no rosto, no tronco e, às vezes, em braços e pernas. Está muito presente entre adolescentes porque nessa fase o corpo aumenta a produção do hormônio andrógeno, produzindo também mais sebo. O sebo ajuda a obstruir os folículos da pele, e assim a acne surge. Além disso, existe uma bactéria na nossa pele, a Propinibacterium acnes, que se alimenta de sebo, e com grande quantidade ela se prolifera. Assim, a pele começa a inflamar e a doença fica mais séria.

Thathyanna Medeiros, dermatologista do CMS Américo Veloso. Foto: Carolina Vaz

Graus da acne

O tratamento da acne nem sempre é curto, porque ela pode ser mais ou menos grave. Existem cinco graus:

Grau 1: mais leve, pode ser tratada somente com medicamentos locais, diretamente na pele.

Grau 2: já tem uma inflamação na pele e pede o uso de antibióticos

Grau 3: também inflamatório, mas com nódulos na face.

Grau 4: todo o quadro do grau 3, mas com quistos na pele.

Grau 5: mais grave, chamado de acne fulminante. O paciente pode ter febre e até dores articulares.

O tratamento recomendado pela dermatologista normalmente começa com higienização da pele, com produtos de limpeza, para diminuir a oleosidade e esfoliar. Quando é mais grave, utilizam-se os medicamentos orais, que são fortes. Existem os antibióticos, anticoncepcionais (para mulheres) e também a isotretinoína (o famoso Roacutan), à base de vitamina A. Beatriz Oliveira, de 22 anos, moradora de Comendador Soares, já tratou as espinhas mas continua cuidando da pele. Ela usou um sabonete e um remédio, durante seis meses, e agora usa somente o sabonete quando as espinhas aparecem, além de evitar produtos de beleza oleosos. Quando tratava, não deixava de sair de casa porque usava maquiagem para esconder, mas também não recomenda que alguém se esconda: “Não tenha vergonha , faça um tratamento pois isso é normal!” Os principais métodos de prevenção da acne são: evitar o sol, usar protetor solar sem óleo, manter a pele limpa e observar se algum alimento mais oleoso faz piorar.

Mitos e verdades

– Chocolate e outros doces causam acne?

Não. O que pode haver é uma influência pessoal: existem pacientes que pioram quando comem doces ou alimentos oleoso. Então, para descobrir se é o seu caso, basta observar se isso acontece.

– A acne pode deixar cicatrizes?

Sim. Como é na pele, sempre deixa marcas temporárias, mas também podem ser permanentes. Essas cicatrizes podem ser tratadas depois de se tratar a acne, com cremes ou tratamentos mais profundos, como peeling. Mas atenção: é preciso que uma dermatologista indique o tratamento!

– Dá para tratar a acne com soluções caseiras?

Mais ou menos. Alguns métodos funcionam, como os de esfoliação para a pele. Mas não é recomendável fazer qualquer coisa que se leia na internet, mesmo que uma amiga ou amigo tenha feito e funcionado.

– Pode coçar e “estourar”?

Não. Isso pode ajudar a inflamar e deixar cicatrizes.

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