Remoção na Favela da Telerj

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Foto e texto por Tati Alvarenga

Dia 14 de Abril de 2014 foi mais um dia de resistência e ao mesmo tempo de humilhação para os moradores da Favela da Telerj. Após sofrerem uma remoção extremamente violenta na semana passada, estão ocupando o espaço público em frente a Prefeitura do Rio de Janeiro cobrando do Prefeito Eduardo Paes moradia. Na parte da manhã da segunda-feira chuvosa, houve tumulto após os moradores interditarem uma das pistas da Avenida Presidente Vargas sentido Centro, em sinal de protesto.

Veja aqui o exato momento http://youtu.be/Ou6I9go4p3s. A Guarda Municipal retrucou a ação pacífica com cacetadas e, após alguns minutos gás lacrimogêneo em uma atitude irresponsável, já que há muitas crianças e bebês recém nacidos entre as famílias que aspiravam o incômodo gás. Equipes de socorristas entraram em ação para ajudar as vítimas. 

Durante todo tempo que residiram no prédio da antiga Telerj os moradores já fizeram cadastro no programa de moradia social “Minha casa Minha vida”. Ignorando esse fato, vans da Prefeitura após diálogo com as lideranças do movimento que apóia  os populares, levaram algumas pessoas para locais específicos, para fazer o  cadastro no programa da Prefeitura.  Houve proposta de levarem as pessoas para um abrigo, o que não foi aceito pela maioria. Somente 7 famílias acataram esta proposta. Ao lado do prédio da Prefeitura foi feita uma mobilização para cadastrar os demais no programa e foram distribuídas senhas para cadastro. Segundo ativistas que permaneceram durante o dia inteiro no local, formou-se uma fila de mil pessoas e ao final do dia, as inscrições foram encerradas.

Os populares então deram continuidade no cadastro por conta própria, organizando filas de homens e mulheres e, começaram a preencher os dados de cada um dos presentes. Foi neste momento já a noite,  com muita chuva e todos aglomerados na passarela, que policiais do Batalhão de Choque solicitaram a retirada dos populares da passarela alegando que a liminar garante a permanência deles em frente a Prefeitura, mas que não “contempla” a passarela. O Tenente Luciano fez a negociação e, não houve violência. A sugestão foi sair da passarela e ganhar passagem de metrô para ir embora. Mas  para onde? De forma democrática com a sugestão da advogada, os moradores votaram em fazer ocupação.

Há necessidade urgente de alimentos, roupas e calçados. Quem puder doar por favor, vá no local.

 Rua Afonso Cavalcanti, 455 – Cidade Nova

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