Som da Maré

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Foto e texto: Jamie Duncan

Qual dos sentidos a memória ocupa? A imagem numa fotografia, o cheiro de uma comida, o suor de subir o morro no verão… Para muita gente, a memória é marcada pelo som. Aquela melodia cantarolada distraidamente ou a letra de uma música bastam para rememorar uma vida. Por trás disso, temos sons ainda mais sutis da vida cotidiana. A chuva batendo na tela, a chamada da Kombi com buzinas surpreendentes, o garfo e faca da comida a quilo. O projeto Passeio Sonoro Som da Maré convida-nos a experimentar essas vivências sonoras.

Foram quatro meses de processo organizado de forma participativa através de oficinas e trabalho de campo nas Favelas da Maré. O projeto apresenta ao público duas intervenções culturais:

 A primeira intervenção é uma exposição composta por três instalações utilizando as linguagens sonora, visual e interativa. Diferentes espaços recriam o ambiente visual da Maré, incluindo pontes de tábua que marcaram historicamente o bairro e lâmpadas feitas com panelas. Penumbra, som de chuva e outros recursos levam o expectador a reexperimentar de forma lúdica e poética a noite mareense. Em outro espaço, um quadro negro com caixas de som instaladas apresenta falas sobre o bairro e convida o expectador a escrever suas impressões sobre o passado e o futuro. As instalações passaram a integrar o acervo da exposição permanente Os Doze Tempos da Maré no Museu da Maré.

A segunda intervenção são passeios sonoros pelo Aterro do Flamengo, guiados pela Cia. Marginal, importante Cia. de teatro da Maré. Os passeios, compostos por grupos de 15 pessoais, articulam performances, depoimentos, sons e outras intervenções, abordando temas como violência policial, família e futuro.

Mais informações sobre o projeto Som da Maré podem ser encontradas pelo site www.somdamare.wordpress.com.br e diretamente no Museu da Maré, no Morro do Timbau.

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