Complexo do Alemão sofre: Upp pra quem?

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Foto por Gabriel Loiola
Foto por Gabriel Loiola

Em meio a conflitos, mortes e problemas com a Upp e o tráfico no Complexo do Alemão na última semana de Abril,  Jornal O Cidadão entrevistou Dominique Torres, 20 anos, fotógrafo e morador do Alemão. Desde os confrontos mais graves dentro da favela, o policiamento foi reforçado, com apoio de 200 policiais de outras UPPs.

Qual sua opinião sobre a Pacificação? 

A UPP funciona só em teoria, pois a presença da polícia no Complexo do Alemão é muito opressora (na maioria das vezes), a PM é mal vista pela maioria dos moradores, e muitas vezes traz mais insegurança do que antes da “pacificação”.

Que tipo de mudança esperava acontecer depois da ocupação? E o que realmente aconteceu?

Para dizer a verdade, minhas expectativas não foram muito altas, embora as obras pós “pacificação” tenham trazido benefícios à comunidade (o cinema, a Praça do Conhecimento, o “alargamento” das ruas, etc.) não chegou à população mais necessitada do Alemão, se fizermos uma caminhada de 15 minutos partindo da Praça do Conhecimento (que fica em Nova Brasília), podemos ver lixo acumulado, esgoto a céu aberto e outras coisas.

O que o Complexo do Alemão realmente precisa?

O Alemão precisa de serviços básicos, para suprimir algumas necessidades citadas acima, e não somente obras de “maquiagem” para colher votos.

Como é sua rotina quando há conflitos na favela?

Igual à rotina de qualquer morador, se estou em casa, tenho medo de sair, se estou na rua, não posso voltar para casa.

 Qual sua posição sobre os protestos de moradores que vem acontecendo no Alemão?

Acho que quase todas as formas de manifestações populares são válidas, o que muitos chamam de “vandalismo”, eu chamo de visibilidade, se é necessário que queimem ônibus para serem ouvidos, quer dizer que o Estado não dá voz suficiente para essas pessoas serem ouvidas de forma pacífica.

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