Maré participa da Virada Sustentável

Geral, Notícias, Saúde

Por Carolina Vaz

No dia 5 de Junho, comemora-se o Dia do Meio Ambiente. Tornou-se uma data de conscientização, com eventos e atividades espalhados pelo mundo para lembrar as pessoas de diminuir seus impactos ambientais. Desde 2016, em várias cidades do Brasil acontece a Virada Sustentável, uma série de eventos em diferentes bairros para mobilizar os cidadãos. No Rio de Janeiro, a Virada aconteceu entre os 7 e 10 de Junho e teve como um de seus pontos oficiais a Maré, mais especificamente o Centro de Estudos e Ações Sociais da Maré (CEASM), no Timbau. Com organização do Espaço Casulo, no dia 10 de junho moradores e outros interessados puderam participar de debates e exibição de filmes de temática ambiental.

Moradores assistem ao filme A Mata. Foto: Carolina Vaz

 

Exibição de A Mata. Foto: Carolina Vaz

O evento começou, logo pela manhã, com a exibição do documentário A Mata, do Jornal O Cidadão. O curta traz a história do Parque Ecológico da Maré, na Vila do Pinheiro, abordando também a necessidade de sua preservação, pela fala de moradores da favela. Em debate, os espectadores comentaram a omissão da prefeitura perante o parque e a importância de manter viva uma grande área arborizada no meio da favela, amenizando sua urbanização. Esta foi a primeira exibição da obra produzida por membros do Jornal, com apoio do Ceasm e Museu da Maré, e patrocínio da ONG Purpose.

Pri Saldanha movimentou o debate sobre lixo zero. Foto: Carolina Vaz
Debate sobre consumo e descarte. Foto: Carolina Vaz

A comunicadora Pri Saldanha, do site Consciência Peregrina, e a bióloga Sanida de Oliveira, do instagram zerowaste.br, introduziram o debate sobre “lixo zero”, que se trata de mudar hábitos de consumo e descarte de modo a gerar menos lixo, principalmente de plástico. Na roda de conversa, as participantes trocaram experiências sobre separação de lixo, reciclagem, aproveitamento de vegetais para limpeza de casa, compostagem, etc.

My Africa: filme em realidade virtual simula convivência numa comunidade queniana. Foto: Carolina Vaz

Outra atividade, que atraiu a atenção principalmente de crianças, foi a exibição em realidade virtual do filme My Africa, por representantes da organização Conservação Internacional.  Com óculos de realidade virtual, era possível se sentir membro de uma comunidade no Quênia, numa savana, bem perto de elefantes, leões e outros animais.

Bel Saide (de amarelo) falou sobre ginecologia natural e autocuidado. Foto: Carolina Vaz

Já durante a tarde, um papo mais especializado em saúde feminina tomou conta do espaço. A ginecologista natural Bel Saide, autora do e-book Ginecologia sem Hormônios, falou sobre a influência dos alimentos – industrializados ou naturais – e de outros fatores na saúde íntima feminina. Segundo ela, a ginecologia natural trabalha com o empoderamento da mulher sobre o próprio corpo, sendo esta capaz de se cuidar através do consumo de vegetais, uso de ervas e a própria compreensão dos fatores emocionais envolvidos na sua saúde.

Roda de Conversa com doulas. Foto: Carolina Vaz

A saúde feminina, física e mental, durante gestação e parto, também foi assunto da Virada. Profissionais que trabalham a preparação da mulher antes do parto e sua força durante, as doulas Andreza Prevot, Mariluci Nascimento e Gabrielle Nascimento apresentaram o filme “Parir é natural”, levantando um debate sobre os benefícios do parto normal; os interesses financeiros e riscos da cesárea. parto humanizado e caseiro; violência obstétrica, etc. As mulheres presentes puderam colocar suas dúvidas, opiniões e experiências a respeito dessa fase tão importante na vida das mulheres que escolhem ser mães.

Edneide Silva, do Espaço Casulo, comentou o sucesso do evento: “foi muito importante e fortalecedor fazer parceria com o CEASM e fazer parte do evento da Virada. Além da experiência conseguimos contar com o apoio de muitos grupos e apresentar o nosso trabalho para a comunidade. Quando escolhemos trabalhar com mulheres tínhamos esse propósito de atingir a comunidade, e acreditamos na força da mulher como movimento transformador”.

O Espaço Casulo se localiza na rua Nova Canaã, perto da Associação de Moradores da Baixa do Sapateiro, e se volta para a conscientização e estímulo das mulheres para o autoconhecimento, assim como combate ao machismo. Oferece atendimento psicológico, oficina de artesanato, yoga para mulheres, defesa pessoal, salsa cubana, atividades para gestantes (mães e pais), oficinas de absorvente ecológico, dentre outras atividades.

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