Moradores da Vila do João sofrem com falta de luz por dias seguidos
Por Carolina Vaz
Moradores da Rua 7, na Vila do João, afirmam ter ficado cerca de uma semana com a energia instável, tendo passado por dias seguidos sem luz em casa. Os malefícios vão desde não conseguir utilizar equipamentos para combater o calor, como ventilador e ar condicionado, queima de eletrônicos em função das quedas de luz, até grandes prejuízos para estabelecimentos como restaurantes. As visitas da Light resolveram o problema temporariamente, às vezes durando apenas algumas horas, e moradores afirmam que o problema está no transformador e que a empresa está ciente.
Quatro dias sem energia
Segundo a professora Andressa Diniz, moradora da Rua 7, as casas ficaram totalmente sem energia justamente nos dias mais quentes do mês: do dia 17 ao dia 19, e após várias tentativas de contato com a Light a empresa apareceu na segunda-feira (20). Após o conserto no poste, muitas casas ficaram em meia fase. Os moradores convivem com um problema no transformador, que não foi resolvido, de modo que na quinta-feira (23) logo que começou a chover a luz caiu novamente. “Nossas coisas estão se estragando na geladeira, muitas crianças e idosos que não conseguem dormir… não tem condição de continuar assim”, afirmou a professora. Ela mora com a mãe, o pai e a avó, e com o desconforto de tentar dormir no calor chegou a perder o horário do trabalho.
Outra moradora, que mora com a filha de 11 anos, afirmou que a criança teve muita dificuldade em dormir, devido ao calor, e ela teve grandes custos com a compra de refeições – uma vez que não podia usar a geladeira – e até mesmo velas.
Foi numa das quedas de luz, quando a energia ficou em meia fase, que quebraram dois compressores de ar-condicionado no restaurante Varandas da Vila, na rua 14, que utiliza a energia da rua 7. Segundo o gerente Gilson Oliveira, apenas o conserto dos compressores custou quase cinco mil reais, mas o prejuízo maior foi ter ficado dois dias fechado, no final de semana, o que significa cerca de 500 clientes a menos e até 50 mil reais que o restaurante deixou de faturar. Além disso, teve problemas nas geladeiras, que demandaram conserto, e perdeu alimentos perecíveis, como frutas e hortaliças. Ter um estabelecimento conhecido por sofrer com as quedas de luz também prejudica o movimento, segundo o gerente: “Os clientes começam a ficar impacientes, gera um transtorno muito grande”.
Na academia Shalom, na rua 7, a falta de energia fez com eles deixassem de abrir por quatro dias. Também tiveram prejuízos quando ficou em meia fase, pois uma peça do ar-condicionado quebrou e para reabrir a academia foi necessário consertar.
Reparo necessário no transformador
Na quinta-feira (23), logo que começou a chover, houve queda de luz novamente. Na sexta-feira (24) a empresa voltou ao local e fez novo reparo, mas os próprios técnicos disseram que não sabiam se o transformador aguentaria novas chuvas. A empresa tem ciência da origem do problema, e mesmo assim a equipe afirma que a cada nova falta de luz o morador deve abrir um novo chamado de assistência à Light. Somente a Andressa já tem três protocolos de atendimento, referentes ao dia 24.
O presidente da Associação de Moradores, Índio, também está ciente e diz que mantém contato direto com os técnicos da Light, mas não pode garantir a ação da empresa. A associação recebe as reclamações dos moradores e repassa seus protocolos à Light, além de acompanhar a visita técnica, mas tem seus limites. Índio informou ainda que na Rua do Canal houve problema semelhante, e houve conserto no transformador. Mas, no caso da rua 7, o mesmo não aconteceu, e a alta demanda por energia sobrecarrega o aparelho gerando as quedas. Todos que deram seus depoimentos estão passando pelos problemas apesar de pagar a conta de luz mensalmente.
Resposta
A equipe do Jornal O Cidadão fez contato com a empresa no dia 24, e recebeu a seguinte resposta: A Light informa que as constantes quedas de energia elétrica na região ocorrem devido à sobrecarga na rede em função de ligações clandestinas. Os equipamentos da distribuidora são configurados e instalados para atender aos clientes da companhia e acabam ficando sobrecarregados com a demanda irregular provocada por gatos e desligam, ocasionando as interrupções. Explicamos que buscamos respostas para os casos registrados com protocolos, de clientes regularizados, e a empresa afirmou que havia direcionado uma equipe ao local. Não recebemos mais respostas.