O impacto da COVID-19 na Educação

Opinião

Projeto Preparatório para o ensino médio – CEASM

Chegar ao final do ciclo do ensino fundamental é, para muitos adolescentes, um turbilhão de emoções e expectativas, pois o processo de escolhas toma força diante da possibilidade de ingresso no ensino médio e em escolas de excelência da rede técnica e federal.

Mas em 2020 tem sido diferente, pois toda essa expectativa tem se tornado um pesadelo diante das muitas incertezas trazidas pela COVID-19. Sem vacina e um planejamento efetivo para o controle da doença, todas as escolas da rede municipal, estadual e federal estão fechadas, como consequência disso temos a suspensão dos concursos de acesso às escolas de excelência, como Pedro II, IFRJ, Caps UFRJ e UERJ, Rede Faetec e CEFET.

O cenário é calamitoso, pois reforça o quão frágil são nossas políticas públicas na área da saúde, o que inviabiliza a retomada de qualquer ação que promova algum tipo de aglomeração, como as escolas e a execução dos concursos públicos. Com isso, a preparação desses alunos para o ingresso e permanência no ensino médio fica fragilizada.

Esta situação também evidenciou outra questão: o quanto ainda precisamos avançar com políticas públicas que garantam o acesso a tecnologia, a internet, a todos os cidadãos, dentro e fora das favelas. O acesso às aulas remotas ainda é precário e não atende todos os alunos, assim como também é um dificultador para muitos professores com acesso limitado aos recursos tecnológicos.

De maneira geral, a sensação de estarmos à deriva aumenta com a ausência de informações seguras e com o número de mortes ainda alto na cidade e no Brasil. Sem um mecanismo de defesa real contra a COVID-19, prever uma retomada das escolas é insano e mostra a falta de empatia com os alunos, familiares e com os profissionais de Educação. E, mesmo numa retomada, exigirá um planejamento mais cauteloso e um olhar mais sensível ao diversos contextos sociais.

Estamos todos ansiosos para a retomada das nossas vidas em sociedade, seja na escola, com os amigos, no trabalho, nos espaços públicos, mas também queremos um retorno responsável, seguro e equitativo. Que esse momento nos leve a reflexões mais profundas como sujeitos críticos desse processo frágil e instável. Que o ineditismo e as incertezas do período possam trazer novos rumos para uma Educação de qualidade e mais justa.

Comentários