Pluralidade musical é aqui!
A diversidade cultural da favela, a Maré também é rock
Por Eliano Félix e Thaís Cavalcante
A galera roqueira e alternativa está em toda parte pela Maré. Como estamos falando de música e dos diversos ritmos presentes nos bares, casas e praças daqui, porquê não lembrar especialmente de quando o movimento roqueiro começou pelas ruas mareenses?
Em 1988, o movimento de bandas de rock começava a dar suas primeiras dedilhadas. Bandas pioneiras como Biza, Dartherium, Rebeldia e Koiza Natural chamavam a atenção dos jovens. Começava aí a construção de um cenário que vive forte e renovado até os dias de hoje, agora com grupos como Algoz, Café Frio e D’Loks. Esses grupos, fazem os fãs de rock bater cabeça nos espaços do Conjunto de Favelas da Maré.
Um desses espaços é o Bar do Zé Toré, no Morro do Timbau, point certo da galera de preto. “Quando aluguei o bar, conheci uns integrantes de uma banda chamada THE PRIMUS, eles ensaiavam num lugar apertado, escondido, e ninguém conhecia a banda, então resolvi convidá-los para tocar no bar, o dono do bar ficou assustado, porque ali não aconteciam shows de bandas, muito menos de rock, mas a repercussão foi tão positiva, sempre com o bar cheio e sem confusão o lugar virou point. E não somente do pessoal do rock, aqui fazemos aniversários, hip-hop, churrasco, é só chegar e organizar,” conta Zé Toré.
E ainda tem a lona cultural Herbert Vianna onde sempre rola um show. Sempre com grande público, os eventos contam com pessoas loucas por música. Diversas pessoas que não são da Maré também se juntam. Para continuar falando para vocês sobre essa exclusividade de nossa favela, conversamos com Diego Lima, um fiel frequentador de shows.
Diego Lima, começou contando como funciona o evento mais diferente já feito na favela da Maré. “O rock aqui é bem mais ativo. Ter algo diferente é sempre bom e em todo show sempre dá bastante gente, mesmo até os que não se rotulam como roqueiros sempre estão presentes, os menores sempre com as mães. Só acho que deveria ter mais eventos”.
Diego também falou um pouco dessa mobilização de roqueiros para construção de eventos e shows. “Acho que essa união é pela música, pela amizade e pela loucura de cada um, como um bom observador. Vi que todo mundo conhece todo mundo, todos em conjunto e querendo uma só coisa, o bom e velho Rock n’ Roll nos ouvidos, mentes e corações da gente! Eu sou da segunda geração (década de 90), tenho 23 anos. Agora, o pessoal mais novo, considero a terceira geração, mas todos com o mesmo espírito. Somos tão jovens independente das gerações. Já tive em uma banda chamada “New Pet” que sempre esteve presente nos eventos também, mantenho amizade desde 2004. “
Mostrando como esse estilo pesado curte diversidade, Diego dá um recado a todos aqueles que não conheciam a cena roqueira mareense. “Venham. Sejam todos bem vindos, os eventos são feitos por todos, independente de idade, cor, estilo, o importante é a cultura, a felicidade de estar ali, fazendo novas amizades e se divertindo. Para se manter informado sobre o que acontece nesse meio, entre no grupo virtual “A Maré Também é Rock.”
A Maré também é rock!
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