Seminário realizado na Maré tratou de racismo e comunicação popular
Eliano Félix
Seminário sobre comunicação popular, realizado no dia 28 de agosto, no Centro de Artes da Maré, na favela Nova Holanda, divulgou estudo inédito sobre à região metropolitana do Rio, a publicação “Direito à Comunicação e Justiça Racial”, promovido pelo Observatório de Favelas, revela que menos da metade das publicações debatem a questão racial.
Foram mapeados 118 veículos de comunicação alternativa, comunitária ou popular, nos dois últimos anos. Desse total, 70 veículos responderam a um questionário e 18 se defendem como veículos de redes sociais online; 18 como páginas na internet; 8 como jornais; 6 como rádios; 13 como blogues; 2 como TVs; 2 como revistas; 1 como boletim eletrônico; 1 como Web-rádio; e 1 como Web-TV. Além das características gerais de cada veículo, os meios pesquisados informaram como entendem e se articulam no enfrentamento ao racismo, a partir dos projetos e atividades desenvolvidas. O estudo revelou que menos da metade dos veículos debatem a questão racial.
No primeiro levantamento de veículos de comunicação popular na região metropolitana do Rio, “Mídia em Favela”, realizado no ano de 2011, os veículos digitais representavam 55% do total, contra 45% de mídias impressas, radiofônicas e audiovisuais tradicionais. Hoje, a proporção dos primeiros chegam a 74% do total, enquanto a dos últimos é de apenas 26%.
A pesquisa revelou, ainda, que aumentou o número de mulheres na participação dos veículos comunitários, e muitas delas são negras. Entretanto, apenas 3 veículos informaram ter a questão racial como foco principal. Entre as pautas raciais, a violência vem primeiro, seguida de gênero e democratização da mídia. “Violência ainda é o ponto que mais chama a atenção quando se fala em raça”, contou Raika Julie Moisés, da equipe responsável pela produção.
“O que marca este projeto é o esforço de conectar o debate sobre o direito à comunicação com políticas públicas que contribuam efetivamente para a igualdade racial” informou Raquel Willadino Braga, coordenadora da pesquisa.
O Jornal O Cidadão, que há 15 anos trabalha em suas pautas, a cultura da favela, resgate da história local, políticas públicas e direitos humanos, entre outras, foi um dos veículos pesquisados.
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