Após anos de abandono, passarelas da Avenida Brasil são reformadas para atender BRT Transbrasil

Notícias, Obras públicas

Por Ana Cristina da Silva e Carolina Vaz

Foto em destaque: José Bismarck

Era 2015 quando as obras do BRT Transbrasil se iniciaram. Após uma série de paralisações, o trabalho foi retomado em agosto de 2021. Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Rio, as obras já ultrapassaram 90% de conclusão e a previsão de finalização é para o final deste ano. Com o andamento deste trabalho, outra coisa se tornou perceptível para os mareenses que passam pela Avenida Brasil: a reforma e restruturação das passarelas que abrangem o bairro. Enquanto algumas delas deixaram de ser provisórias, para poder dar acesso às novas estações do BRT, outras vêm sendo revitalizadas, como é o caso da passarela 9.

BRT Transbrasil

Desde agosto de 2021 que a Prefeitura do Rio de Janeiro vem trabalhando no BRT Transbrasil, que contará com 18 estações e 4 terminais. Percorrendo a Avenida Brasil, essa nova via do BRT irá de Deodoro até o Terminal Gentileza, que vem sendo construído na Região Portuária, próximo à Rodoviária Novo Rio. Entre suas 18 estações, 6 irão contemplar favelas da Maré: estação Fiocruz, na passarela 6; estação Hospital de Bonsucesso, entre as passarelas 6 e 7; estação Baixa do Sapateiro, na passarela 8; estação Rubens Vaz, na passarela 10; estação Piscinão de Ramos, na passarela 13 e estação Lobo Júnior, próxima à favela Marcílio Dias. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, a ideia é que, para além das 22 linhas de ônibus municipais, o Terminal Gentileza também faça integração com as linhas 1 e 2 do VLT, o que facilitará o acesso dos mareenses ao Centro do Rio. Para aqueles que desejarem acessar os trens da Supervia, será necessário seguir até o terminal de Deodoro, no final da linha da Transbrasil.

A nova passarela com acesso a um dos portões da Fiocruz substituiu a antiga estrutura provisória que há anos vinha preocupando mareenses. Foto: José Bismarck.

No início de março, a Prefeitura afirmou que iniciaria, entre maio e junho, uma “operação assistida” da Transbrasil, circulando 35 ônibus que irão parar em 7 estações: Baixa do Sapateiro, Hospital de Bonsucesso – CPOR, FioCruz, Benfica, Vasco da Gama, Caju e Into. A ideia é que esses testes aconteçam sempre em horários fora de pico, das 10h às 15h. No entanto, o BRT Transbrasil só terá pleno funcionamento após a finalização do Terminal Gentileza, que está previsto para ser entregue ainda no final deste ano.

Passarelas

Localizada na altura do Conjunto Esperança, a passarela 6 possuía uma estrutura provisória desde 2011. No entanto, a primeira semana de maio foi a última desta travessia perigosa composta por degraus. Após ser demolida, ela foi substituída por uma passarela semelhante à passarela 7: com rampas, estrutura de ferro e na cor branca. Com a conclusão das obras da Transbrasil ela dará acesso à estação de BRT Fiocruz, a primeira da Maré no sentido Deodoro. Graças a estação de BRT Rubens Vaz, quem também recebeu uma transformação total foi a passarela 10. Popularmente chamada de “Caracol” por conta de seu formato original, a passarela que atende o Parque Rubens Vaz e o Parque União teve parte de sua estrutura derrubada após a colisão de um caminhão, no ano de 2011. Por conta do acidente, por vários anos a passarela se manteve com uma estrutura provisória de escadas e madeira, mas hoje, tal como a passarela 6, ela foi derrubada e refeita no modelo branco, padrão do BRT.

Na altura das favelas Parque União e Rubens Vaz, a passarela 10 também dará acesso à uma das 18 estações do BRT Transbrasil. Foto: Ana Cristina da Silva.

Das passarelas da Avenida Brasil que abrangem favelas da Maré, quase todas já foram demolidas e refeitas ao longo dos anos. No entanto, uma das poucas que ainda se mantém na sua construção original é a passarela 9, na altura da Nova Holanda. Diferente das passarelas 7 e 10, a passarela ao lado do Supermercado Vianense nunca chegou a ser comprometida por algum tipo de colisão, porém, isso não a impedia de ser alvo de reclamações. Com o piso cheio de buracos e as grades de proteção danificadas, também era fácil perceber o balanço da estrutura ao atravessá-la. Com a confirmação de que ela não seria uma das tantas passarelas que fornecem acesso ao BRT Transbrasil, muito se questionou sobre o que seria feito com ela. 

Acontece que as mudanças na passarela 9 foram observadas logo no início deste mês, quando o vermelho escuro da estrutura foi gradativamente coberto por tinta branca. No entanto, apesar de já se parecer um pouco mais com as novas passarelas do BRT, a passarela 9 não foi e nem será substituída. Porém, para reforçar a sua estrutura, já faz algum tempo que consertaram a parte danificada do guarda-corpo, restaurando as grades de proteção que estavam quebradas e com ferros envergados. Para a revitalização do piso com buracos, com uma britadeira, começaram a remover o concreto na parte inferior e superior para a colocação e acabamento de um novo piso. De tal forma, apesar de ter recebido atenção e conquistado uma aparência nova, a passarela 9 da Avenida Brasil segue sendo uma das mais antigas na altura da Maré.

Embora não tenha sido reconstruída, a passarela 9 foi pintada para se parecer com as demais. Foto: Ana Cristina da Silva.
Pequenas reformas aconteceram na estrutura da passarela 9. Foto: Ana Cristina da Silva.

Apesar das informações sobre o andamento das obras e o funcionamento do BRT Transbrasil, o Jornal O Cidadão não obteve respostas quanto o tempo de vida útil destas novas passarelas e nem das que foram reformadas. No entanto, o que se espera com a finalização da nova via é que estas travessias passem a receber manutenções frequentes e que não acabem abandonadas, tal como permaneceram por muitos anos.

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