Maré sem preconceito: 5ª edição da Parada do Orgulho GLBT da favela

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Foto por Renata Guilherme
Foto por Thaís Cavalcante

Por Eliano Félix e Thaís Cavalcante

Aconteceu nesse domingo, dia 06 de outubro, na Vila do João e Conjunto Pinheiros, a 5ª edição da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuias e Transgêneros) da Maré. Num dia ensolarado, a concentração aconteceu às 14 horas, na passarela 06 da Avenida Brasil. Com o tema “Maré sem Preconceito”, e na presença de mais de 10 mil pessoas segundo a organização, num momento de orgulho e luta por direitos, o evento contou com diversas atrações, simpatizantes, convidados, dois trios elétricos e show de pagode. Marcaram presença também os artistas David Brazil, padrinho do evento na Maré desde sua primeira edição e, Suzy Brasil, num desfile que contou com muito sorrisos, depoimentos, danças, fotos e glamour.

Suzy Brazil falando com o Cidadão

 O Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bixessuais e Transexuais) teve cores que trouxe a Parada alegria e muito festejo. Com bandeiras coloridas por muitas ruas da Maré e carros de som que eram seguidos por todos, mostraram a força e o apoio de todos os gays à aqueles que tem sua condição sexual fora do padrão conservador. Músicas pops, eletrodance e o conhecido funk, deram trilha sonora a essa Parada Gay que, se mostra anualmente e quer viver sem preconceito dentro e fora de sua favela.

Foto por Renata Guilherme
Foto por Renata Guilherme

Com o intuito de manter informado e seguro aqueles que tem uma vida sexualmente ativa, agentes dos postos de saúde da Vila do João e Gustavo Capanema (Pinheiros), participaram também, com serviços e orientações de saúde, como: Distribuição de kit escovação (Escova; Fio Dental e Crema Dental); Distribuição de preservativos Feminino e Masculino; folhetos de prevenção a AIDS,  além de orientação sobre a Sífilis e demais doenças sexualmente transmissíveis.

Foto por Renata Guilherme
Foto por Renata Guilherme

Segundo Betto Duarti, organizador do evento, a Parada Gay da Maré foi a primeira no Brasil a ser realizada dentro de uma favela, depois vieram Rocinha, Acari e Nova Holanda. “A primeira fizemos dentro da garagem da Real (empresa de ônibus), com um trio elétrico somente, fazendo “vaquinha” com os moradores pra pagar o trio, sem apoio ou patrocínio de ninguém, mas em torno de uma hora do nosso evento, já tinham 800 pessoas.” Com o passar dos anos, e com a ajuda de muitos amigos, a parada gay foi tomando uma proporção muito grande, afirma Betto.

Foto por Renata Guilherme
Foto por Thaís Cavalcante

Além de frequentadores da Maré, pessoas de diversos lugares do Rio vem participar e assistir o desfile das coloridas fantasias, e a diversão característica da comunidade GLBT. É o caso de Cícero Thiago, ex morador da Maré, e funcionário de uma grande loja do setor de utilidades do lar. Participa desde o início da Parada Gay da Maré, é conhecido por todos como a “Gaga da Maré”, em homenagem a sua diva (como ele mesmo diz), Lady Gaga. Com criatividade para preparar uma maquiagem alegre, conta que suas roupas são artesanais e seu cabelo loiro muda de acordo com sua escolha. “Na uruguaiana encontro os acessórios ideais e mais baratos.”

O evento também movimenta a economia da região. Bares, lanchonetes e restaurantes, que se localizam no percurso dos trios elétricos ficam cheios, além dos ambulantes, que aproveitam a movimentação pra defender um trocado, montando barracas com vestuário, bebidas e comidas como a tradicional dupla churrasquinho-cerveja.

No final do percurso, todos se reuniram em frente ao palco, na Vila dos Pinheiros, para show de transformistas e do grupo de pagode No Lance.

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