Postos da Maré começam a vacinar crianças contra a dengue

Notícias, Saúde

Por Carolina Vaz

Foto de capa: Gabriel Jabur / Agência Brasília

A prefeitura do Rio de Janeiro iniciou, na última sexta-feira (23), a vacinação das crianças de 10 anos em todos os postos de saúde do município, e os postos da Maré não ficaram de fora. Foram várias as mães, pais, avós e outros responsáveis que levaram os pequenos mareenses para se vacinar contra essa doença que já atingiu quase 35 mil cariocas este ano. Infelizmente, a primeira vítima fatal da doença foi o mareense Anderson de Oliveira, que tinha 45 anos e vivia em situação de rua.

Pequenos imunizados

A Emanuelle Cristine completou ontem (26) seus 11 anos de idade, mas já está imunizada: ela foi uma das últimas crianças a receber a vacina na Clínica da Família Augusto Boal no último sábado (24), levada pela mãe Adriana dos Santos. A agente educadora quis levar logo no início da vacinação, para garantir que pelo menos uma das filhas não pegue a doença, até porque o mais velho está com sintomas. Assim que o calendário for ampliado, a família toda vai se vacinar, mas sem relaxar dos cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos: “A gente não deixa água parada, não deixa vasinho com restinho de água nem limpa nem suja, e passa bastante inseticida dentro de casa, e repelente”.

Adriana com as filhas Emanuelle, de 10 anos, e Isabelle, de 7. Foto: Raysa Castro.

Quem também será, por enquanto, o único membro da família imunizado é o Davi Lucas Barbosa, morador do Conjunto Bento Ribeiro Dantas, que foi levado pelo pai à Clínica Augusto Boal no sábado. Rafael Barbosa disse estar atento aos números da epidemia e quer prevenir ao máximo a chegada da doença na família, tanto pela imunização quanto seguindo as recomendações que vê no jornal. “Qualquer febrezinha que a gente tem, ainda mais estando em epidemia… tem que ter medo, tem que prevenir, porque os casos estão bem sérios. (…) Eu queria que já tivesse a de adulto logo porque vinha a família toda!”, contou, na esperança de poder levar para vacinar o filho de 12 anos em breve. O Davi Lucas já sabe o que dizer caso algum colega pergunte da vacina: “É bom tomar mas dói um pouquinho”.

Rafael levou o filho, Davi Lucas, para “inaugurar” a vacinação da família; o próximo será o filho de 12 anos. Foto: Raysa Castro.
Faixa etária mais vulnerável

A faixa etária dos 10 aos 14 anos é, atualmente, a mais vulnerável à doença por serem as crianças e adolescentes o público que mais tem sido hospitalizado com complicações da dengue. Esse é um dado do Brasil em geral mas que tem se refletido também no Rio de Janeiro. Segundo o secretário de saúde Daniel Soranz a vacina previne tanto que se pegue a doença quanto que esta se agrave na pessoa. A secretaria alerta, ainda, que quem teve a doença recentemente deve esperar seis meses para receber a vacina, e quem está com sintomas deve procurar atendimento médico antes de se imunizar. Para tomar a vacina basta levar documento de identificação e a caderneta de vacinação.

Cronograma

A prefeitura seguirá vacinando crianças de 10 a 14 anos de maneira escalonada, divulgando datas aos poucos. Hoje (27) já foi iniciada a vacinação das crianças de 11 anos, sem anular as de 10 que continuarão aptas à imunização. É importante estar atento ao calendário vacinal, porque a vacina da dengue tem 2 doses e a segunda deve ser dada em 03 meses, portanto no final de maio. Os postos vacinarão também aos sábados, mas o ideal é se informar sobre o horário limite, que pode ser até às 12h, mas depende do posto.

Faça sua parte

A vacinação das crianças é importante mas toda a sociedade está vulnerável ao mosquito e à doença, portanto é importante cuidar para evitar sua proliferação. Jogar o lixo em locais apropriados e fechar bem os sacos; não deixar qualquer recipiente de qualquer tamanho (desde uma tampa de refrigerante até um pneu) acumular água; passar repelente para evitar a picada do mosquito. Além disso, cobrar das autoridades públicas maior atenção às necessidades do nosso bairro, pois temos muitos valões, áreas públicas acumulando água e lixo; bueiros entupidos que vão causar alagamento e acúmulo de água; e poucos contêineres de lixo para destinar os resíduos domésticos.

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